segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Acordar bem disposta... pode?


Tenho um telemóvel novo que substitui grande parte das coisas que eu costumava ter comigo: agenda, relógio, bloco de notas, canetas, as fotografias da família, a máquina de calcular, revistas e jornais, computador - um pesadelo - e até mesmo os livros - outro item muito pesado - se me atrever a ler algum ebook naquele ecrã tão pequeno.
Desde que o tenho, ando basicamente com o porta-moedas onde tenho os documentos e o dinheiro (às vezes), um lápis de contorno dos olhos, as chaves e o telemóvel. Ainda paro muitas vezes à porta de casa a pensar se não me falta nada, tão leve que me sinto.
Uma das funcionalidades do meu telemóvel é o despertador. Sim, o outro - gama baixa e sem internet - também tinha despertador mas as músicas eram muito limitadas e normalmente eu acordava com um bzzzz exasperante.
Agora eu é que escolhi a música que toca, uma guitarrada linda do Carlos Paredes.
Na minha boa-fé, achei que, naqueles dias em que tenho que estar no hospital logo de manhãzinha, conseguiria levantar-me bem-disposta.
Achei mal.
O que me acontece é que acordo igualmente irritada com a ideia de sair do meu casulo mas passo o dia inteiro a cantarolar a música que me despertou! Se calha a trabalhar o dia todo com a mesma pessoa, acabamos a jornada com ela a garantir-me que se eu abro a boca para cantar mais uma nota, corro o risco de não sair inteira do hospital! (contra-senso?)
Adorava ser daquelas pessoas - como na fotografia à esquerda - que acordam já a sorrir, sem uma única ramela nos olhos ou um cabelo fora do lugar, se espreguiçam sensualmente, levantam-se como se fosse a coisa que mais lhes apetece na vida, vestem um roupão de seda até aos pés que lhes ondula à volta das pernas enquanto se dirigem para a casa de banho, donde saem prontas para enfrentar os desafios do dia, com um entusiasmo enervante.
Mesmo à segunda feira!!
Pergunta: Mas elas existem, essas pessoas ou esta fotografia foi tirada com o único intuito de nos deprimir, a nós mortais comuns?

2 comentários:

  1. Normalmente acordo bem disposto e nem preciso do "robe" de seda, adoro a palavra "robe".

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  2. Que sorte! Eu tenho trauma com a madrugada.

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