domingo, 10 de julho de 2016

NUNCA MENCIONE A PALAVRA "S"

Se não quiser começar uma guerra, nunca, mas nunca, mencione a palavra "S" no meio duma frase, em frente duma enfermeira, durante um turno. Qualquer enfermeira sabe o que se segue a "Está tudo Sossegado agora...": o caos!
Se perceber que o turno está a correr pacificamente, guarde esta opinião para si mesmo, a bem da continuação duma convivência pacífica com as suas colegas!
(nursebuff.com)

domingo, 8 de maio de 2016

VIVER INTENSAMENTE... OU NÃO.

"... Fitámos-nos um ao outro, e a intimidade entre nós ia-se tornando demasiado profunda - como se fossemos ambos cair lá dentro sem nunca conseguir sair. É esquisito como a vida tem que ser vivida á tona das coisas. Se assim não fosse a nossa consciência seria assoberbada pelas pequenas despedidas e mortes que vivemos todos os dias." (Goa ou O Guardião da Aurora - Richard Zimler)

Esta frase despertou-me para uma coisa em que, sem ter muita consciência, já tinha pensado. Não profundamente. À tona. Não, não se assustem, não pretendo escrever um tratado sobre viver a vida superficial ou profundamente, mas apeteceu-me deter-me um bocadinho sobre isto.
É óbvio que não podemos viver todos os minutos da vida profundamente.
Não é que em algumas circunstâncias não queiramos. Queremos viver a paixão o mais intensamente possível e durante o maior espaço de tempo possível. Queremos sentir aquele fogo no estômago, aquela ansiedade que nos aperta a garganta cada vez que o nosso telemóvel vibra ou emite um som, seja de mensagem, de email, ou mesmo de toque. O coração salta-nos antes de vermos quem está do outro lado e chegamos a atrapalharmo-nos a passar com o dedo pelo ecrã, correndo o risco de desligar a chamada. Queremos ficar a olhar para a outra pessoa ad aeternum, nem precisamos de dizer coisa nenhuma, só sentir o formigueiro percorrer-nos de alto a baixo cada vez que ela nos toca. Um dia, e outro e outro...

Mas existe o reverso da medalha: o desgosto profundo causado por exemplo, pela perda definitiva de alguém. O mesmo fogo no estômago, a mesma ansiedade que nos aperta a garganta, o coração a bater descontrolado. Tudo igual mas de sinal contrário. Um dia e outro e outro... Só queremos que passem depressa, muito depressa, para não estarmos sempre a pensar no pesadelo porque estamos a passar, tão profundo que não conseguimos imaginar como é que algum dia poderemos voltar a viver, e sentir "menos" ou a sentirmo-nos melhor.
Eu sempre achei que, para viver a 100%, o que tinha que fazer era sentir muito e muitas vezes.
Mas parece que não, que maior parte do tempo, vivo, como todas as outras pessoas, à tona, com medo de me afogar em sentimentos que obviamente abafo e que me permitem NÃO sentir "as pequenas despedidas e mortes que vivemos todos os dias". Pensando bem, muitas vezes enterro a cabeça na areia para não ter que ver o que me faz sofrer.
Mas e as pequenas alegrias e prazeres que também acontecem todos os dias? Aquelas pequenas coisas que nos são agradáveis, desde estar sentado a olhar para o mar até ao enorme prazer que é ter os braços dos nossos filhos pequenos à volta do nosso pescoço, passando por comer uma laranja com o sumo a escorrer pelo queixo e não me ralar?
Acho que o segredo é, sempre que possível, dar mais valor a essas pequenas alegrias e prazeres, vivê-las um bocadinho mais intensamente do que as dores, para que a balança penda para o lado da felicidade. E essa é uma atitude que implica um treino. Que, como qualquer treino tem que ser praticado dia-a-dia
Senão não resulta.
E eis-nos infelizes... mesmo que seja á tona das coisas.








quarta-feira, 4 de maio de 2016

NEM MAIS UM SÓ CICLISTA NA MARGiNAL!

O ciclsmo está na moda!
Como aliás o desporto em geral.
E em particular o desporto ao ar livre: marcha, corrida ciclismo...
Parece-me bem. Parece-me mesmo muito bem! Até gosto de os ver com aquelas malhas justas e capacetes em forma de lágrima a pedalar dum lado para o outro.
Já o que não me parece tão bem é que os ciclistas pedalarem em plena marginal! Porquê? Porque vamos nós descansados, a uma velocidade controlada pelos radares que não ultrapassa os sessenta, setenta km/h e de repente, sem que nada o faça prever, levamos com três ciclistas pela frente. Velocidade máxima uns vinte km/h.
Circulam eles na faixa da direita?, perguntar-me-ão. Sim, circulam.
Circulam o mais à direita possível na faixa da direita, junto ao passeio tentando facilitar a vida aos carros que circulam na mesma direcção? Definitivamente não!
Passeiam-se pelo meio da dita faixa, nas calmas, mesmo que nos pareça que estão a pedalar esforçadamente. Como é que se percebe isto? Porque nunca vão em fila indiana. Vão aos pares, quando não aos três, lado a lado.
Ora encontrar um ou mais obstáculos, que se deslocam a vinte km/h quando nós nos deslocamos a sessenta, implica uma de duas: ou estamos com sorte e não temos nenhum carro atrás de nós na faixa da esquerda e podemos ultrapassa-los sem problema, ou, o que acontece na maioria das vezes, assim que os avistamos começamos a travar a fundo correndo sérios riscos de outra de duas: ou levar com o carro de trás em cima, ou levar de arrastão os obstáculos que se apresentam à nossa frente. Nenhuma delas é agradável, uma porque provoca graves lesões na carroceria dos dois carros envolvidos, a outra - no meu entender, a pior - porque pode provocar graves lesões nos obstáculos, com tudo o que isso implica de ambulâncias, hospitais, cirurgias, convalescenças, dores, polícias, seguros e segurados,entendimentos ou desentendimentos, enfim, uma trapalhada!
De notar que nos dias de hoje há ciclovias em grande parte do caminho entre a Ponte Vasco da Gama e Cascais, e quando elas não existem, há passeios que sim, são estreitos e não permitem que vão lado a lado nem sequer duas bicicletas, quanto mais três, mas estão normalmente desimpedidos (se exceptuarmos um ou dois corredores (de gente que corre) que podem perfeitamente competir com os ciclistas em termos de velocidade).
Reparem na civilidade deste ciclista a deixar a estrada completamente livre para os automóveis!  
Assim decidi iniciar uma cruzada contra os ciclistas na Marginal.
Penso começar com um ou dois cartaz com os dizeres "NEM MAIS UM SÓ CICLISTA NA MARGINAL", ali para os lados de Paço de Arcos - meio caminho entre Oeiras e Algés, onde os podemos encontrar com mais frequência.
Se os nossos deputados perdem o seu tempo, TEMPO QUE EU PAGO, a discutir anormalidades como achar uma discriminação um mero cartão de cidadão poder ser conotado apenas com o sexo masculino e nós, pobres mulheres, podermos ser ou ficar menos gente, por isso, eu também posso insurgir-me contra aquilo que considero um atentado à segurança rodoviária!
Ainda não fixei o dia, mas se quiserem juntar-se a mim, deixem recado aqui mesmo, que assim que decidir o dia e a hora, aviso. UNIDOS VENCEREMOS!


segunda-feira, 25 de abril de 2016

O ATORMENTADOR



Um destes dias, em conversa, um amigo disse que "...o problema do Carlos é ter um atormentador..." Sem perceber o que é que ele queria dizer com isso, perguntei-lhe o que era um "atormentador". "É um conceito que eu aprendi com o meu pai: ele ensinou-nos que, na nossa vida, não podíamos deixar que houvesse um atormentador. Que é obviamente alguém que nos atormenta e que nós deixamos que nos atormente ao não esquecermos o que nos fez. E se é assim, passamos muito do nosso precioso tempo, grande parte da nossa vida, a pensar nele. A sentirmo-nos vítimas, a odiá-lo, a congeminar a forma de nos vingarmos do tormento por que ele nos faz/fez passar. A atormentar-nos!" 

Nunca tinha pensado nisto, mas faz-me todo o sentido. Quantas vezes deixamos que haja um "atormentador" que faz com que a nossa vida gire à sua volta? Que faz com que cá dentro, naquele ponto mesmo abaixo do esterno, haja um ponto de fogo que faz doer?
Quando somos agredidos, seja de que maneira for, é evidente que ficamos sentidos. Quem não sente não é filho de boa gente. Mas há um tempo para sofrermos com a agressão, mesmo que ela tenha sido grave.
Num tempo que, claro, cada um sabe qual é, sofremos, fazemos o luto, e seguimos em frente.
Tem que ser. Não só porque enquanto estivermos ligados ao passado, não conseguimos viver o futuro, como também, e principalmente, porque se não conseguirmos desligar-nos, estamos a dar ao nosso "atormentador", poder. PODER sobre nós e sobre a nossa vida.

domingo, 24 de abril de 2016

SEGREDOS

Esta foi uma semana em que não aconteceu nada. Quer dizer, aconteceu, mas é segredo. Proibiram-me de dizer uma palavra que fosse sobre o assunto. Por isso eu não posso dizer nada. Não é que não me apeteça. Apetece. Quando temos coisas boas - ou que podem vir a ser boas - para dizer, ficamos em pulgas para as contar, não é? Eu pelo menos fico! Só que não posso dizer nada porque disse que não dizia. Assim, eis-me aqui mortinha por contar tudo acerca da minha vida e a ter que ficar calada.
A partilhar com os desgraçados dos meus leitores esta angústia, para que eles também fiquem um bocadinho irritados por eu não dizer aquilo que aconteceu esta semana e de que eu não posso falar. Porque, desenganem-se se pensam que eu vou contar o que quer que seja. Não vou. Eu sou boa a guardar segredos, mesmo que queira muito contá-los.
Pode ser que para a semana possa dizer-lhes alguma coisa....
Até logo.